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terça-feira, maio 31, 2011

Os professores estão certos; os médicos? Não – Parte I

Do Paraíba Hoje

Estamos diante do espetáculo do grotesco. Os médicos se orgulhando por terem deixado um homem morrer no Trauma, alegando que tudo aconteceu porque o governo é insensível às reivindicações da categoria.

Do outro lado, o governo dizendo que não abre diante da radicalização do movimento, enquanto assiste à corda arrebentar do lado mais fraco.

Ninguém pode ser contra que uma categoria reivindique melhores salários. Correto? Sim. Mas ninguém pode defender que essa luta custe vidas. Correto? Também.

Levando pela lógica que se instalou, a gente fica imaginando que se os médicos resolverem exigir dez mil reais por plantão e o Estado se negar a pagar a culpa é do governo se houver mortes por falta de atendimento.

Ora, o que tira a razão de uma parte envolvida numa disputa é a falta de bom senso. O governo é insensível à causa dos médicos na mesma proporção que os médicos são insensíveis às justificativas do governo.

A morte de um paciente não atendido começa quando o médico diz não ao Estado. E termina quando o Estado diz não aos médicos. Enquanto ambos ficarem se culpando, alguém pedirá socorro e não será atendido.

Por que os médicos não pedem um prazo ao governo, a ser denominado a “hora da morte”? Não sendo cumprido, deixariam tudo à obra de Deus.

Nessa disputa sádica por quem tem razão, os médicos acusam o governo de ser o mandante dos crimes, onde eles próprios são os autores.

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