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segunda-feira, maio 30, 2011

Demissão de médicos no principal hospital de Paraíba provoca morte de uma pessoa

Especial para o UOL Notícias
Em João Pessoa


O pedido de demissão coletiva de 23 médicos cirurgiões do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa (PB), ocorrida na última sexta -feira (27), resultou na morte de um paciente. Um homem, vindo de Pedras de Fogo, no interior da Paraíba, foi socorrido na noite do domingo (29) por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), após sofrer várias fraturas no corpo. Ele chegou a ser levado para o setor de Trauma do hospital, mas não recebeu atendimento.
O plantão funcionava com a equipe reduzida, por da entrega dos cargos, e ele precisou procurar outros hospitais da capital. Nenhum deles, no entanto, aceitou o paciente, por considerar que se tratava de um caso de alta complexidade. A família então voltou para o Hospital Humberto Lucena. Minutos após a segunda recusa, ele morreu dentro da ambulância, na rampa do hospital.
Muitos outros pacientes reclamam de falta de atendimento no principal hospital da Paraíba, o único em referência para casos de alta complexidade. A direção do hospital chegou a determinar a colocação de cones na entrada principal, para evitar a passagem de ambulâncias, e a falta de cirurgiões levou alguns profissionais, como médicos e equipes de resgate, a registrarem Boletim de Ocorrência para se isentarem de responsabilidades diante de consequências mais graves.
O secretário estadual de Saúde, Waldson Souza, disse que os médicos descumpriram o acordo de retornar ontem ao trabalho. Em nota divulgada na tarde da sexta-feira (27), ele afirmou que o atendimento não seria interrompido e que, portanto, a população não seria prejudicada. 
A categoria desmente e alega que tentou negociar com o governo diversas vezes, mas não foi atendidas. Os médicos decidiram se desligar do Trauma após a redução no valor pago pelos plantões, que era de R$ 1.000 e, em março, caiu para R$ 640. Os cirurgiões voltam a se reunir ao meio-dia desta segunda-feira (30) para discutir a situação.
O caos na Saúde da Paraíba não para por aí. No dia 15 de junho, os médicos que atendem nos hospitais da rede estadual de todo o Estado também planejam cruzar os braços em um indicativo de greve.

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