Projeto onde houve o maior acidente nuclear da história terá custo total de R$ 1,7 bi
Efrem Lukatsky/10.05.2007/AP
Construído às pressas para evitar um vazamento ainda maior de radiação, sarcófago de concreto tem rachadurasA Comissão Europeia informou nesta segunda-feira (18) que vai fornecer à Ucrânia quase R$ 246 milhões (110 milhões de euros) com a finalidade de ajudar o país na construção de um novo sarcófago para isolar a usina nuclear ucraniana de Chernobyl. O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, que está na capital Kiev.
Barroso participa de uma conferência de doadores que começa nesta terça-feira (19) e que terá como objetivo levantar cerca de R$ 1,7 bilhão (740 milhões de euros) para ajudar a Ucrânia a cobrir os custos com a substituição do atual sarcófago de concreto, construído às pressas pela extinta União Soviética para isolar o reator de Chernobyl, que explodiu em 1986, no pior desastre nuclear do mundo.
O sarcófago original está rachado e instável, e a conferência está sendo realizada justamente quando a Ucrânia lembra, no próximo dia 26 de abril, o 25º aniversário do desastre.
Durante entrevista coletiva, o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, lembrou que a superações do desastre não envolve somente o país mais afetado e comparou Chernobyl com a atual crise envolvendo a usina nuclear japonesa de Fukushima.
- Superar uma tragédia de tal dimensão não pode ser apenas trabalho da Ucrânia. O incidente no Japão confirmou novamente que tais eventos são um desafio para toda a humanidade.
Em comunicado, a União Europeia (UE) disse que o dinheiro vai ajudar a "garantir que a região de Chernobyl esteja estável e ambientalmente segura". Os recursos, ainda de acordo com o texto, serão canalizados para a "segurança nuclear, mas também em programas para ajudar a população local e proporcionar às famílias afetadas o acesso a serviços de saúde de qualidade".
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Novo sarcófago deve ficar pronto em 2015.
O quarto reator da usina de Chernobyl, cerca de 100 km ao norte de Kiev, explodiu em abril de 1986 contaminando países como Ucrânia, Belarus e Rússia, que foram as regiões mais afetadas.
Um consórcio formado pelas empresas de construção francesas Bouygues e Vinci ganhou uma licitação em 2007 para a construção do novo sarcófago, financiado por uma fundação internacional. O trabalho no projeto começou no ano passado e deve ser concluído até 2015.
A estrutura arqueada de 108 m de altura, pesando 20 mil toneladas, será instalada perto do reator e, em seguida, deslizará nos trilhos sobre o sarcófago existente.
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