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quarta-feira, abril 20, 2011

Mãe conta drama de escolher qual filho salvar após carro cair em represa

 

Veículo ficou submerso, e Rachel Edwards teve de optar entre bebê e adolescente

BBC Brasil

Arquivo da Família/Caters NewsArquivo da Família/Caters News

Rachel Edwards com o filho Jack e a pequena Isabella, de 2 anos, em foto de arquivo da família

Uma mãe de família contou à Justiça britânica o terror de escolher que filho salvar após um acidente em que seu carro caiu em uma represa.

Rachel Edwards, de 39 anos, dirigia o carro acompanhada de sua filha de 2 anos e de seu filho de 16 quando passou por um buraco e perdeu a direção na região de Lincolnshire, no nordeste da Inglaterra, em agosto do ano passado.

A mãe conseguiu escapar do carro pela janela enquanto o veículo afundava. Porém, teve de enfrentar o drama de escolher entre salvar a vida do filho de 16 anos de idade ou da filha de 2 anos.

Dois amigos do filho também estavam no carro e conseguiram escapar pela janela e buscar ajuda.

Ao depor no inquérito sobre o acidente, na cidade de Horncastle, em Lincolnshire, Edwards disse que ainda não teve tempo de entender a sequência de eventos que se desenrolaram muito rapidamente.

- Sei que passei por cima do buraco e o carro balançou para a direita e depois, não sei por que, para a esquerda. Não sei se passei por cima de um buraco e depois por outro buraco. Não sei como fui parar na água, não sei.

Sequência rápida

O grupo, que vive em Essex, no sudeste da Inglaterra, estava no norte do país em férias. A mãe estava grávida de seis meses quando o acidente ocorreu.

Com o carro cerca de 3 metros abaixo da superfície, Edwards e os dois amigos do filho escaparam, mas o filho Jack, de 16 anos, e a filha de 2, Isabella, continuaram presos.

A mãe decidiu então regressar e tentar resgatar os filhos. Foi então que percebeu que só poderia levar um de volta à superfície.

Edwards liberou Isabella da poltrona do carro, mas nesse momento o veículo voltou a afundar.

- Fomos puxados para baixo e, quando conseguimos nadar para cima novamente, notei que ela estava apavorada. Eu queria voltar para o carro, mas não tinha onde deixá-la. Eu sabia que se a deixasse sobre uma roda ela cairia, por isso não voltei para salvar Jack. Apenas esperei e esperei.

Ao chegar à cena do acidente, um policial mergulhou na represa e conseguiu tirar Jack do carro. Entretanto, o filho já estava inconsciente e foi dado como morto no hospital.

Um exame póstumo comprovou que o adolescente morreu por afogamento.

À época do acidente, Edwards disse que 'sabia que se eu soltasse Isabella, não conseguiria pegá-la de volta'.

- Desde então eu passo todos os meus momentos pensando em como eu poderia ter salvado meus dois filhos.

Perigosa

Embora o limite de velocidade na estrada seja de 60 milhas por hora (96,5 km/h), uma simulação conduzida pela polícia demonstrou que viajar à metade desta velocidade constitui uma experiência 'desconfortável e perigosa' na rodovia.

Os peritos avaliaram que desenvolver uma velocidade de 65 km/h na estrada já compromete a segurança do percurso.

Entretanto, o investigador forense do caso, Paul Smith, concluiu que a mãe não dirigia a uma velocidade acima do permitido por lei.

Para ele, a causa do acidente foram as más condições da estrada, que representa um risco 'maior que uma simples estrada de terra'.

O especialista disse que alertará as autoridades de Lincolnshire para que as devidas providências de sinalização sejam tomadas.
As autoridades do condado lamentaram o incidente e afirmaram que os trabalhos de reparo na rodovia já foram concluídos.

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