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domingo, fevereiro 27, 2011

Primeiro lugar em medicina da USP abandonou duas faculdades

 

Após passar pela Marinha e pela Unicamp, Rafael Ulysses descobriu vocação em ser médico

Do R7

O estudante Rafael Ulysses Azevedo, primeiro lugar no curso de medicina da USP

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Foi enquanto fazia engenharia da computação na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em 2008, que o primeiro lugar em medicina no vestibular da Fuvest deste ano percebeu que sua vontade mesmo era ser médico. Rafael Ulysses Azevedo, de 22 anos, desistia de sua segunda faculdade - mas dessa vez, ele afirma ter encontrado sua verdeira vocação.

A primeira investida do estudante foi na Escola Naval da Marinha, no Rio de Janeiro. Apesar de ser paulista, o aluno morou em Angra dos Reis durante três anos, entre 2005 e 2007, até se formar no tradicional Colégio Naval, que oferece ensino médio. Prestes a engatar a carreira militar, Rafael desistiu de se tornar um oficial.

- Nunca me imaginei fazendo aquilo. No terceiro ano do colégio, não tive muitas oportunidades de conhecer outras profissões.

Como o ensino na escola da Marinha é focado nas matérias de exatas, o estudante decidiu cursar engenharia, ao deixar a ideia de entrar na Marinha.

Entrou na Unicamp, uma das melhores universidades de engenharia do Brasil, e lá percebeu que seu caminho era outro.

- Tive a chance de conhecer outros cursos e fiz alguns amigos que faziam medicina, então pude conhecer melhor a carreira e seu funcionamento.

Apoio

Rafael, em 2009, se matriculou em um cursinho pré-vestibular em São Paulo e começou sua saga para conseguir entrar na USP (Universidade de São Paulo). O método de estudo escolhido? Saber dosar leitura e descanso.

- É muito importante estudar, se dedicar e ter em mente o que você deseja alcançar no final do ano [após o vestibular]. Mas é fundamental você não abdicar do restante das coisas, continuar praticando atividades físicas, saindo com os amigos, com a namorada.

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Apoio foi o que não faltou ao jovem. O calouro de medicina conta que, apesar de continuar mantendo uma rotina de estudos "bem definida", às vezes precisava recusar alguns programas.

- Eles [os amigos] entenderam que era um desafio muito grande. Minha namorada foi muito compreensiva, a gente quase não se via durante a semana, mas ela sabia que eu queria algo muito difícil.

Os pais de Rafael também tiveram papel fundamental na vitória do filho. Preocupados, sabiam que a busca por um lugar ao sol na Faculdade de Medicina da USP poderia ser frustrante.
- Meus pais sempre me apoiaram. Eles foram muito abertos, principalmente porque eu já havia abandado dois cursos superiores. Eles tinham um certo receio. É muito comum você ficar três, quatro, cinco anos no cursinho. E medicina é um curso em que, mesmo quem está bem preparado às vezes não passa.

Conhecer a si mesmo

Uma dica que o "campeão" da USP dá aos novatos no vestibular é conhecer a si mesmo. Rafael ressalta que os candidatos precisam saber se rendem mais estudando em casa, no cursinho, em uma biblioteca etc. Também é importante verificar se os estudos rendem mais em grupo ou sozinhos.

- Saber a hora certa de estudar, sair e descansar. Isso é muito imporante. Ter um auto-conhecimento, fazer uma avaliação de si mesmo, do melhor método de estudo para você. Tem gente que é mais autodidata, tem gente que é mais dependente das aulas do colégio.

O recém-aprovado afirma ter um perfil autodidata, do tipo que prefere estudar em casa. Ele fugia de algumas aulas - nem todas eram "interessantes" e poderiam ser aproveitadas, diz ele.

- Eu preferia estudar em casa. Mas acho que valeu muito a pena ter estudado nesses dois anos, porque eu tenho um senso crítico muito grande e agora eu sei o que eu consigo [com o meu esforço].

*Fabiana Pires, estagiária do R7

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