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quinta-feira, março 17, 2011

Ministro de Ciência diz que desastre no Japão vai gerar novo debate sobre usinas nucleares

Ministro defendeu opção por energia limpa e renovável

Mariana Costa, do R7

André Muzell / R7André Muzell / R7

Ministro Mercadante deu aula inaugural para alunos da Coppe, no Rio

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, defendeu na manhã desta quinta-feira (17) que o Brasil aumente os investimentos em fontes de energia limpas e renováveis e afirmou que o desastre nuclear que atinge o Japão vai suscitar um novo debate sobre a construção de novas usinas no país e no mundo.
O programa nuclear brasileiro prevê a criação de quatro a oito novas usinas até 2030, incluindo Angra 3, no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, cujas obras já estão em andamento, e outras duas a serem construídas na região Nordeste.
Mercadante afirmou que o Brasil não deve tomar “uma decisão precipitada” até que a dimensão do acidente nuclear seja esclarecida.
Embora tenha negado que o governo esteja reavaliando sua política nuclear, o ministro ressaltou que o Brasil tem uma matriz energética limpa e um grande potencial ainda não explorado em hidrelétricas e energia gerada a partir de biomassa, que podem até triplicar a produção energética do país.
- Seguramente essa crise levanta o debate sobre o futuro da energia nuclear. Tenho a convicção de que estabelecerá novos protocolos de segurança e uma nova discussão. O governo brasileiro está acompanhando com toda a atenção.
O ministro visitou a Coppe, centro de ensino e pesquisa em engenharia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde conheceu laboratórios e o parque tecnológico. Ao fim da visita, concedeu uma aula inaugural para estudantes da graduação.
Mercadante ressaltou que os próximos dois dias serão decisivos para avaliar a dimensão do desastre no Japão e que a probabilidade de o vazamento de radiação se agravar é grande e que, nesse caso, será uma “catástrofe de grandes proporções”.
Mais uma vez, o ministro de Ciência e Tecnologia ressaltou que as usinas de Angra 1 e 2 possuem um sistema de reatores diferente do japonês, já que a refrigeração funciona de forma independente , com uma “blindagem robusta e engenharia com muito mais segurança”.
- As usinas resistiram ao terremoto e ao tsunami, mas o sistema de resfriamento foi prejudicado porque faltou energia elétrica e toda a infraestrutura no entorno ficou comprometida. Houve um erro de projeto de engenharia do ponto de vista da segurança. É incrível que as usinas tenham resistido e o sistema auxiliar não.
Segundo Mercadante, as usinas de Angra 1 e 2 foram projetadas para suportar terremotos de até 6,5 graus na Escala Richter e ondas de até sete metros, embora “o Brasil não tenha histórico desse tipo de desastre natural”.

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