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quinta-feira, março 17, 2011

Ministra pede ao Senado prioridade para proposta de combate ao trabalho escravo

Maria do Rosário também voltou a defender criação da Comissão da Verdade

Da Agência Brasil

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, pediu nesta quinta-feira (17) que o Senado dê prioridade à aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que prevê o confisco de terras onde for constatada a exploração de mão de obra escrava.
Ela lembrou que a legislação atual brasileira prevê, por exemplo, a possibilidade da perda da terra no caso de a propriedade ser usada para o cultivo de plantas usadas para a produção de drogas, o que não ocorre no caso de flagrante de trabalho escravo.
Para ela, o país não pode mais conviver com a prática desse tipo de crime e é necessário endurecer a lei a respeito de tema.

- O trabalho escravo é a maior degradação que existe e não podemos mais conviver com ele.

Ao expor as prioridades do governo na área, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado, a ministra reivindicou também que os senadores priorizem a criação do Conselho Nacional de Direitos Humanos. Segundo ela, a medida pode colocar o Brasil em outro patamar no que se refere ao respeito aos direitos humanos.
Maria do Rosário também manifestou preocupação com a atenção às crianças, em especial, com o aumento dos casos de exploração sexual contra meninos e meninas.

- O Estado brasileiro está perdendo a guerra para as grandes redes criminosas. Os senhores [senadores] precisam agir cobrando o Poder Executivo e o Judiciário para que levemos a frente a nossa legislação.
Ditadura

A ministra afirmou ainda que o esclarecimento sobre a circunstância e o destino dos corpos dos mortos e desaparecidos nos anos da ditadura militar não se trata de prioridade de governo ou parlamento, mas de toda a nação brasileira. Segundo ela, é grande o número de parentes que, até hoje, não sabe o que ocorreu com aqueles que lutaram pela restituição da democracia no país.

- É uma dívida da nação com o povo brasileiro que não está sendo reconhecida.
Maria do Rosário, que defendeu a instalação de uma Comissão Nacional da Verdade, minimizou qualquer divergência com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e com os militares. A comissão seria encarregada de aprofundar as investigações dos crimes cometidos durante o regime militar. A ministra descartou que existam críticas de Jobim a sua conduta e ressaltou que o trabalho vem sendo feito conjuntamente.

Quanto a eventuais resistências dos militares em abrirem os arquivos do período da ditadura, Maria do Rosário afirmou que as instituições das Forças Armadas, na atualidade, estão vocacionadas para a democracia. Ao Congresso, ela solicitou que o assunto seja debatido no ritmo que os parlamentares julgarem adequado. O projeto que institui a criação da Comissão da Verdade foi encaminhado ao Congresso em maio de 2010, véspera do início da disputa presidencial.

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Ao participar de encontro na Comissão de Direitos Humanos do Senado, para discutir com representantes de vários segmentos da sociedade a política de direitos humanos do Executivo, Maria do Rosário também destacou a situação da família do ex-deputado Rubens Paiva (PTB), preso pela ditadura militar e desaparecido desde 1971.
- A nação recebeu sua vida [Rubens Paiva]. Agora, a nação recebe a luta de seus netos que querem saber o que ocorreu com Rubens Paiva e outros que morreram na luta pela democracia.

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