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quinta-feira, março 17, 2011

Deputada foi flagrada em vídeo recebendo dinheiro de homem que delatou esquema no DF

 

Do R7

imageAgência Estado/Reprodução

Reprodução do vídeo mostra Durval Barbosa (de costas) entregando maço de dinheiro à deputada federal Jaqueline Roriz

A deputada federal recém-eleita Jaqueline Roriz (PMN-DF), filha do ex-governador Joaquim Roriz, foi flagrada em um vídeo recebendo maços de dinheiro do pivô do escândalo conhecido como mensalão do DEM, Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do DF.

O vídeo, divulgado na última sexta-feira (4) pelo site do jornal O Estado de S. Paulo, mostra Durval entregando o dinheiro – R$ 50 mil, de acordo com a publicação – à deputada, que está acompanhada do marido, Manoel Neto. De acordo com o site do jornal, o vídeo foi gravado em 2006, quando Jaqueline era candidata a deputada distrital pelo PSDB.

As investigações do mensalão do DEM se tornaram públicas no fim de 2009, após a PF (Polícia Federal) deflagrar a operação Caixa de Pandora, que investiga um suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina comandado pelo então governador do DF José Roberto Arruda (ex-DEM e hoje sem partido), apadrinhado político de Joaquim Roriz que posteriormente rompeu com o ex-governador. Arruda, que ficou preso por dois meses após a tentativa de suborno de uma testemunha, sempre negou envolvimento no caso.

Além do governador, o escândalo envolveu secretários do DF, auxiliares de Arruda, e deputados distritais que recebiam dinheiro a partir das mãos de Barbosa. Agora, com a filha de Roriz, então candidata a distrital, aparecendo no vídeo, amplia-se o círculo de envolvidos.

Na gravação, o marido de Jaqueline reclama com Barbosa quando o ex-secretário diz que as remessas ficariam entre três e cinco, e não em seis, como inicialmente combinado. "Rapaz, não é fácil ser candidato. Resolve isso para mim cara!", diz Manoel Neto.

O vídeo protagonizado pela deputada é o 31º divulgado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa. Ele recebeu o benefício da delação premiada para ajudar nas investigações da Caixa de Pandora. Há suspeita, no entanto, que Barbosa guarde mais de 200 filmagens ainda não reveladas, segundo contou o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia.

Consequências

O ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal), abriu nesta segunda-feira (14) inquérito para investigar a deputada. Com o inquérito aberto, Barbosa acata o pedido da PGR (Procuradoria-geral da República) de colher depoimento da deputada.
A PF terá 30 dias para realizar perícia do vídeo, ouvir testemunhas e convocar depoimentos. Ao final, caso o Ministério Público entenda que a deputada agiu de forma ilegal, a denúncia será levado ao plenário do STF e Jaqueline passará a ser ré na ação penal.
Para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a deputada pode ter recebido dinheiro em outros encontros além do que foi gravado.

Segundo Gurgel, o próprio Durval Barbosa afirmou, em depoimento ao Ministério Público, que os valores entregues a Jaqueline não ficaram restritos apenas aos que aparecem nas imagens.

Em nota divulgada na última segunda, Jaqueline Roriz admitiu ter feito caixa dois na campanha eleitoral de 2006, época em que a gravação foi feita, quando tentou uma vaga no Legislativo do Distrito Federal.

No texto, a parlamentar alega que os recursos entregues por Durval Barbosa, delator do chamado mensalão do DEM, foi usado sem ser contabilizado.

- Durante a campanha eleitoral de 2006 estive algumas vezes no escritório do senhor Durval Barbosa, a pedido dele, para receber recursos financeiros para a campanha distrital, que não foram devidamente contabilizados na prestação de contas da campanha.

No comunicado, Jaqueline afirma ainda que aguarda uma resposta do sobre um pedido feito por seus advogados de defesa “para tomar conhecimento completo do teor do vídeo”, divulgado pelo site do jornal O Estado de S. Paulo.

Confira também

A deputada informou ainda que, “por recomendação médica”, entrará de licença por cinco dias no Congresso.

No Legislativo, o Conselho de Ética da Câmara (órgão responsável por abrir processos e apurar denúncias contra deputados) deve começar a analisar o caso nesta quarta-feira (16). O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), já avisou que, no dia de instalação do órgão, vai entrar com um pedido de cassação da parlamentar.

A bancada de deputados do Distrito Federal se reuniu nesta segunda e decidiu também pedir a abertura de investigações.

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