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quinta-feira, janeiro 17, 2013

'Estamos sendo enganados': leia novo artigo de Roberto Cavalcanti

Roberto Cavalcanti

Roberto Cavalcanti

A Paraíba não decola. A sensação, potencializada pela onda de desenvolvimento que atinge o Nordeste, mas só chega como marola nas praias paraibanas, é uma realidade mais pragmática do que sonha a vã filosofia de nossos economistas.

E a decolagem não é usada, aqui, apenas de forma alegórica.

Não decolamos nem de forma figurativa nem concreta há pelo menos cinco anos – período em que temos sido sistematicamente enganados e iludidos pela promessa de ter a restituição do helicóptero que, sorrateiramente, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, nos tirou para servir a seus propósitos políticos no Rio Grande do Sul.

Em minha passagem pelo Senado Federal tratei de extrair do próprio Genro a promessa de restituição.

Um convincente ministro, que tempos depois lograria êxito eleitoral entre os gaúchos, informou que ou devolveria ou abriria os trâmites financeiros para aquisição de um novo equipamento.

Nem uma coisa nem outra.

Todas as tentativas que vem sendo feitas desde o governo Lula até a gestão atual da presidenta Dilma fracassaram, ainda que as promessas tenham sido reeditadas, desta vez pelo sucessor de Genro, o ministro Eduardo Cardozo.

Iludidos pelas promessas, a Paraíba aceitou o ônus sem jamais ver o bônus. Turmas de pilotos foram formadas, integrando e onerando - em completo ócio - os quadros funcionais do Estado.

Desço ao micro e, pinço hoje, a saga do helicóptero - abrindo brecha na minha inclinação por abordar temas mais macros - porque este é, no meu entendimento, um capítulo emblemático na sucessão de enredos históricos que compõem a falta de respeito e prestígio da Paraíba junto ao Palácio do Planalto – seja qual for o mandatário de plantão.

Desprestigio que desce do helicóptero e embarca numa sucessão de fatos, a exemplo da letargia do Governo Federal em aplacar os castigos da seca enquanto abraça, célere, os estragos das enchentes no sul do País.

Ou, ainda, as postergações das obras da transposição que representariam, enfim, o começo de um convívio mais digno e menos desesperador com os ciclos de estiagem.

São tantos detalhes – como diria Roberto Carlos – desse amor não correspondido entre a Paraíba e a União que é preciso capitular e construir a mea-culpa: afinal, qual a nossa parcela de responsabilidade neste contexto de esquecimento sem fim?

Talvez nos falte disposição para a briga – a boa briga que, por exemplo, os representantes do Rio de Janeiro e Espírito Santo têm travado para evitar a distribuição equânime dos royalties do petróleo do pré-sal.

Entrincheirados contra todo o Congresso Nacional, os seis senadores cariocas e capixabas ganharam, pelo menos, o primeiro round.

Mesmo que não ganhem a “guerra” contra a Federação (e esperamos que não) deveriam servir de lição e inspiração para que nosso

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