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quinta-feira, dezembro 09, 2010

 

Professores fazem ato contra
violência em faculdade de MG

Corpo de Kássio, morto na faculdade por um de seus alunos, foi sepultado nesta quinta

Renata Galdino, do jornal Hoje em Dia

Maurício de Souza/Hoje em Dia

Corpo de Kássio Vinícius foi sepultado às 14 horas no Cemitério Parque da Cachoeira, em Betim

Professores de escolas particulares e públicas de Belo Horizonte se reúnem no final da tarde desta quinta-feira (9) na Praça Sete, região central da capital mineira, em um ato de repúdio ao assassinato do professor de Educação Física Kássio Vinícius Castro Gomes, 39 anos, morto na de terça-feira (7), no Centro Universitário MetoMaurício de Souza/Hoje em Diadista Izabela Hendrix. O corpo do professor foi sepultado às 14h, no cemitério Parque da Cachoeira, em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O professor foi esfaqueado no tórax por Amilton Loyola Caires, 23 anos, aluno do 5º período da faculdade. O universitário foi preso na madrugada de quarta-feira (8), quando chegava em um táxi no prédio onde mora com a família, no bairro União e confessou o crime.
Nesta quinta, a polícia deve analisar as imagens do circuito interno de TV da faculdade. Por meio da gravação, o delegado Breno Pardini, da Homicídios Sul, espera esclarecer a dinâmica do ataque ao professor, que era casado e tinha dois filhos, de 5 e 6 anos. Em depoimento que durou cerca de três horas, no Departamento de Investigações, Amilton alegou que era perseguido pela vítima.
No interrogatório, o universitário afirmou que não tinha a intenção de matar Kássio e que só levou a faca para a faculdade para intimidar o professor, que lecionava Esporte de Aventura para a sua turma, segundo Pardini.
– Mas ele não confirmou que tinha problemas com as notas que teriam sido dadas pela vítima.
A defesa deve alegar que Amilton tem transtorno bipolar e é esquizofrênico. Segundo uma fonte policial, o estudante teria dito ainda que estaria sendo vigiado pelo professor por meio de câmeras de segurança.
Amigo da família, o advogado Nelson Rogério Figueiredo Leão conversou com o jovem na delegacia.
– Ele tem problemas psiquiátricos e será fácil conseguir um laudo apontando isso.
O defensor do estudante, no entanto, não tinha sido definido até o final da tarde de quarta-feira.
Universitário era acompanhado por psiquiatra

Ao sair da delegacia, o irmão mais velho de Amilton, que não se identificou, disse que o universitário fazia acompanhamento com um psiquiatra e tomava remédios controlados. Já a mãe dele não quis comentar sobre as supostas doenças do filho. Depois do depoimento, o assassino confesso de Kássio foi levado para o Centro de Remanejamento de Presos do Bairro São Cristóvão, região noroeste de BH.
Enquanto isso, o clima era de revolta na casa dos familiares de Kássio Vinícius.
Esta é a segunda tragédia na família em menos de um ano. No dia 11 de janeiro, o pai do professor, Maurílio Ferreira Gomes, 72 anos, foi morto também a facadas depois que um assaltante invadiu a casa onde ele passava férias, no sul da Bahia.
Na época, a mãe de Kássio, a dona de casa Maria dos Anjos Castro Gomes, também foi atingida pelo agressor.
– Perdi meu marido e agora o meu filho do mesmo jeito. Meu filho reunia a família todos os finais de semana na minha casa ou no sítio dele. Agora, não sei se vou aguentar.
Irmã da vítima, a secretária-adjunta de Educação de Betim, Sandra Angélica Castro Gomes, afirmou não ser a morte do irmão um caso isolado, e a agressão de alunos contra professores não é novidade.
– Essa violência contra os docentes é o reflexo de uma péssima educação familiar. As crianças não sabem receber um não.
Para o irmão mais velho de Kássio, Maurílio Sérgio Castro Gomes, o professor era uma pessoa tranquila e dedicada aos estudos, sendo também professor da UFMG.

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