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Presidente Dilma convocou ministros para encontro logo após desembarcar em Brasília. Queda de Orlando Silva pode ocorrer nas próximas horas
Presidente Dilma e ministros estão reunidos no Palácio da Alvorada (Siphiwe Sibeko / Reuters)
Enquanto a situação do ministro do Esporte, Orlando Silva, se torna cada vez mais frágil, Dilma Rousseff convocou uma reunião com ministros para a noite desta quinta-feira, logo após desembarcar em Brasília. A presidente, que estava em viagem à África, reuniu-se com Gleisi Hoffmann (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gilberto Carvalho (Secretaria-geral da Presidência) para discutir a situação. O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada e durou cerca de duas horas. Os ministros deixaram o local sem falar com a imprensa. O chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, também esteve presente.
O mais provável é que Orlando Silva perca o cargo em decorrência da reportagem de VEJA que mostrou a existência de um amplo esquema de corrução no ministério. Embora tenha se esforçado para apresentar sua versão à imprensa e aos parlamentares, Orlando Silva foi atingido seriamente pela acusação de João Dias, integrante do PCdoB e responsável por duas Organizações Não-Governamentais (ONGs) que mantinham contrato com o ministério. Uma das dificuldades de sustituir Orlando Silva é a ausência de nomes, dentro do Partido Comunista, considerados adequados para o posto.
Mais cedo, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, reuniu-se no Palácio do Planalto com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e as ministras Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvatti, de Relações Institucionais. No encontro, Carvalho garantiu ao comunista que a relação entre o partido e o governo se mantém sólida.
Crise real - Segundo o ministro, o Planalto não pensa em tirar o Ministério do Esporte da legenda. “Nós temos uma relação histórica com o PCdoB e não é uma crise como essa que vai abalar essa relação", afirmou. Gilberto Carvalho acrescentou que caberia à presidente Dilma qualquer definição sobre o futuro de Orlando Silva. "Nós estamos vivendo uma crise real, mas é preciso serenidade, porque se trata de um ser humano e de um governo que é sério", destacou.
Na edição de VEJA desta semana, João Dias, responsável por duas entidades que receberam dinheiro da pasta, relatou que o PCdoB usava os convênios para fazer caixa de campanha. Das verbas destinadas às ONGs, até 20% eram desviados.
O próprio ministro recebeu uma caixa repleta de dinheiro, de acordo com uma das testemunhas do caso. Orlando Silva nega todas as acusações e diz que João Dias é um "bandido" que não tem qualquer credibilidade.
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