Nos ambulatórios dos maiores hospitais de João Pessoa, ontem, muita gente foi pega de surpresa com o primeiro dia da greve dos médicos. Sem os profissionais de saúde à disposição, centenas de pacientes tiveram que voltar para casa sem atendimento ou migrar para outros hospitais. A expectativa do Sindicatos dos Médicos da Paraíba (Simed) é que cerca de 700 pacientes tenham deixado de serem atendidos em virtude da paralisação.
Nos dois maiores hospitais - Santa Isabel e Ortotrauma - mais de vinte cirurgias que estavam marcadas (eletivas) para ontem não foram realizadas, assim como as consultas médicas e os exames. Embora todos os médicos estivessem nos hospitais, apenas atendimentos de urgências e emergências foram realizados. A dona de casa Ivanilda Ferreira precisou levar o filho de dez anos, que estava com dores no braço, ao Ortotrauma, mas, foi orientada a voltar em oito dias. "É um absurdo essa resposta. Vou ter que procurar um outro hospital. Ninguém que fica comdor pode esperar oito dias para ser atendido", afirmou. A costureira Firmina Barbosa está com o neto de oito anos internado e tinha expectativa de que ele fosse operado ontem. "Eu não sei o que fazer. Ele precisar ser operado e não posso fazer nada. Essa greve tem que acabar", disse.
Na rede municipal de saúde o atendimento só estava normalizado na maternidade Cândida Vargas, no Centro de João Pessoa. No entanto, os médicos trabalharam sem preencherem a autorização de internamento hospitalar. Com isso, o hospital deixa de ganhar por qualquer procedimento realizado. "Não vamos deixar de atender a uma gestante, mas esses atendimentos não serão realizados e será como ele não existisse", advertiu Tarcísio Campos, presidente do Simed. Durante todo o dia de ontem e hoje os médicos não realizarão qualquer atendimento ambulatorial e exames. No entanto, a partir de amanhã os 30% dos serviços, previstos em Lei, estarão à disposição.
A categoria, que envolve cerca de 600 profissionais paralisados, e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ainda não entraram em acordo sobre questões salariais. Na última sexta-feira, dia 1, a SMS encaminhou uma proposta para os médicos, que ainda não responderam se aceitam. Na contraporposta feita pela secretaria consta que 64% de gratificação para os médicos que atenderem durante a semana e 100% para os que atenderem nos finais de semana. O Simed anunciará nos próximos dias se aceita a proposta, mas já a considerou insatisfatória.
Jornal O Norte
terça-feira, abril 05, 2011
GREVE: pacientes ficam sem cirurgias
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