Atualizado em 09/12/2010 16h26
Nathalia Passarinho e Robson Bonin Do G1, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira (9), durante balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a prisão do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, e pediu protestos contra restrições à liberdade de imprensa. O australiano Assange, de
39 anos, foi preso sob a acusação de estupro e agressão sexual. Ele se encontra detido na prisão londrina de Wandsworth e teve o pedido de liberdade sob fiança negado pela Justiça na última terça-feira (7).
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“O rapaz que estava desembaraçando a diplomacia norte-americana, o rapaz do WikiLeaks foi preso e não estou vendo nenhum protesto pela liberdade de expressão. É engraçado. Não tem nada, nada pela liberdade de expressão e contra a prisão de um rapaz que estava colocando a nu um trabalho menor que muitos embaixadores fizeram”, afirmou.
Em referência a cartas sobre o Brasil enviadas pelo ex-embaixador norte-americano no país Clifford Sobel, Lula afirmou que é melhor ficar quieto do que “escrever bobagens”. “A Dilma tem que falar para os seus ministros que se não tiver o que escrever, não escreva nada. Não escreva bobagem. Daí aparece o tal do Wikileaks e desnuda essa diplomacia”, afirmou.
O site WikiLeaks divulgou nesta semana um telegrama da embaixada dos Estados Unidos de janeiro de 2008 em que é relatado um encontro entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e Clifford Sobel, que na época era embaixador dos EUA no Brasil. Durante a conversa sobre um acordo de cooperação, segundo o documento, Jobim diz a Sobel que o então secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Guimarães, "odeia os Estados Unidos" e estava tentando criar problemas na relação entre os dois países.
Segundo o presidente, o “culpado não é quem divulgou [o conteúdo de documentos secretos], é quem escreveu”. "Portanto, ao invés de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu a bobagem. [...] Então, Wilkileaks, minha solidariedade pela divulgação das coisas e meu protesto contra [o cerceamento] da liberdade de imprensa”, complementou o presidente ao encerrar o discurso.
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