O reitor Rangel Júnior disse que, em se tratando do reajuste dos
salários dos servidores, a UEPB tem encontrado maior dificuldade de
negociação, tendo em vista o aceno negativo do governador sobre um
auxílio financeiro. “Temos um recurso para pessoal e um recurso
determinado para custeio. Se eu tirá-lo para pagar pessoal, a
universidade para de todo jeito. O diálogo que eu já estabeleci com o
governo e as respostas que foram postas até agora apontam para aquilo
que foi definido para o orçamento 2013”, argumentou.
Ressaltando a autonomia administrativo-financeira conquistada pela
UEPB, o governador Ricardo Coutinho disse que não há possibilidade de o
governo do Estado socorrer a universidade da crise. “A UEPB tem a sua
autonomia e eu participei dessa luta. Essa autonomia precisa ser
respeitada e o Estado respeita a autonomia e nem pode colocar mais
recursos do que já colocou. O mesmo tratamento que o Poder Judiciário, o
Poder Legislativo, o Ministério Público teve a UEPB teve. Espero que
haja um bom senso, uma convergência entre trabalhadores e Reitoria, e
que essa greve possa ser superada. Agora o Estado não pode fazer nada
mais do que isso”, afirmou.
Para o diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em
Ensino Superior do Estado da Paraíba (Sintes-PB), Fernando Borges, o
governo do Estado continua descumprindo a Lei da Autonomia da UEPB,
desde que baixou decreto fixando os valores mensais repassados à
universidade. “O governo do Estado de forma arbitrária está descumprindo
a própria lei formulada por ele, que dizia que a UEPB teria direito a
um percentual sobre a receita do Estado”, acusou.
Segundo a secretária de Estado das Finanças, Aracilba Rocha, o
governo aumentou os repasses para a UEPB: transferiu R$ 218 milhões em
2012 e, para este ano, estão previstos R$ 231 milhões. O reitor,
contudo, disse que a previsão orçamentária da UEPB para 2012 era R$ 285
milhões, e que as despesas do exercício ultrapassaram R$ 235 milhões.
FOLHA REPRESENTA 87% DO ORÇAMENTO
O reitor Rangel Júnior justificou que o orçamento é restrito e não
atende às demandas. Segundo ele, dos R$ 231 milhões previstos para o
exercício de 2013, R$ 201 milhões (87%) estão destinados à folha de
pessoal. “Temos um orçamento e não temos a capacidade de ampliá-lo. Ele
foi aprovado ainda no ano passado.
A própria comunidade foi alertada das dificuldades que enfrentaríamos
ainda este ano, as restrições que nós temos do ponto de vista
quantitativo. Então o diálogo que eu estabeleci com as entidades desde o
início do ano foi no sentido de fazer ver que dentro das dificuldades
que nós temos seria impossível a concessão de qualquer reajuste
salarial”, afirmou.
Após a sessão, ficou definido que na sessão ordinária da ALPB da
próxima terça-feira (19) será apresentado um requerimento, que, se
aprovado, vai determinar a realização de uma nova sessão especial com a
convocação dos secretários estaduais Mércia Lucena (Educação), Aracilba
Rocha (Finanças) e Gustavo Nogueira (Planejamento); representantes do
Ministério Público Estadual (MPE); o reitor Rangel Júnior e a
pró-reitora de Planejamento da UEPB. Rangel disse, ontem, que se for
convidado, vai à sessão.
Paraíba Hoje
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